sexta-feira, 26 de julho de 2013

AGRESSIVO E POLÊMICO, CIRO COLECIONA CONFUSÕES

Pouca gente se surpreendeu quando, na última terça-feira (23), o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) veio a público classificar como “maconheiros e burgueses” o grupo que protestava contra viadutos próximos ao Parque do Cocó, em Fortaleza. Na última ação da “metralhadora giratória” do irmão do governador Cid Gomes (PSB), sobrou ainda para o Ministério Público Federal e até para o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), acusada de manter aliança “assentada na base da putaria”.
O “estilo Ciro” se notabilizou por não poupar palavras ou alvos e já é velho conhecido de quem acompanha a vida política estadual e nacional. A predileção pelo confronto o acompanha desde os primeiros passos na política. Em 1988, quando disputava a Prefeitura de Fortaleza, acusou de “picareta notório” e “ladrão” o deputado Franzé Moraes (PTB), que o acusava de abuso de poder econômico. Em 1992, como governador do Ceará, ganhou projeção nacional ao ameaçar demitir professores e médicos em greve, acusar o Judiciário de tratar o dinheiro público como “casa da mãe Joana” e classificar denúncia do procurador da República Oscar Costa Filho contra sua gestão de “exibicionismo doentio”. Se o estilo peculiar foi fundamental para projetá-lo a candidato à Presidência pelo PPS em 1998 e 2002, o pouco cuidado com as palavras também pesou contra o sonho presidencial.
Em 2002, amargou sucessivas quedas nas pesquisas eleitorais após chamar ouvinte de “burro” durante programa de rádio. Depois, desentendeu-se com a opinião feminina após polêmica envolvendo a participação da então esposa, Patrícia Pillar, na campanha. “Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo”. Colecionadora de desafetos, a estratégia de ataque também foi útil na busca por aliados. Durante o estopim do escândalo do mensalão, em 2005, foram muitas as ocasiões em que o então ministro da Integração Nacional Ciro Gomes entrou em ação para livrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do olho do furacão da crise. Assim, os mesmos ataques que fragilizaram a gestão petista de Luizianne Lins no ano passado serviram para levantar o partido em seu momento mais crítico, no âmbito federal. Hoje, em meio ao impasse da candidatura de Eduardo Campos (PSB) à sucessão de Dilma Rousseff em 2014, o “estilo Ciro” também entrou em ação para reforçar apoio à petista. 

Fonte: Sobral de Prima


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